quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Medo de quê??

Desde que chegamos em Brasília, eu vejo meu pai vender um livrinho - que custa 5 reais! - falando sobre medo. Ele vendia, presenteava, fazia a maior propraganda! Por que é que escrevi esses verbos no futuro do pretérito se isso ainda acontece??? Sei lá! O fato é que eu nunca, nunquinha abri esse livreto, sequer pra dar uma folheada... Eu?? Com medo?? Medo de quê?

É, parece que Deus escolheu esses dois meses pra me dar um baita tratamento! Quanta coisa eu tô descobrindo! Caraca! Algumas vezes, eu me surpreendo e até penso que não, que eu não sou assim, que eu não tenho isso ou aquilo, que é passageiro. Que pode ser TPM! Não, não é. Eu sou assim mesmo, do jeitinho que Deus está me mostrando... Ele está me expondo pra mim mesma... É estranho.

Hoje meu pai me pediu pra ligar de novo no bendito cartão de crédito. Acontece que da outra vez que liguei pra ativar, aceitei um monte de serviços que meu pai não quer. Não foi por mal. Foi por não entender mesmo. O cara falou alguma coisa de proteção 24h, daí, depois de uns 4 minutos, eu falei: "Excuse me, what did you say about 24 dollars?". Ele disse: "Nothing!". Eu comecei a rir no telefone... "I'm sorry. I thought you had said something about paying 24 dollars monthly." Na hora foi bem engraçadinho. Na verdade, agora, escrevendo, tá sendo bem mais engraçado. Aquele dia eu fiquei traumatizada! Foram vários minutos de tensão, de agonia, preocupação. Ele falava tão rápido! Parecia que alguém estava "gagging me" e nos momentos mais necessários eu só fiquei calada ou falando: "OK, OK"...

O porquê disso ter me traumatizado tanto eu não sei. Não sei mesmo. De fato, não foi só isso que aconteceu. A ligação inteira foi terrível! O pior de tudo é que agora a fatura do cartão chega com esses servicinhos adicionais... Papai quer que cancele. E quem tem que fazer isso??? Euzinha mesma... Quem faz é que desfaz, né? (Será que acabei de inventar um futuro clichê? hahahahaa)
Outro dia eu tive que ligar pra Optimum. A TV não estava funcionando. Tudo bem, eu fiz. O cara que me atendeu parecia ter acabado de acordar e estar morrendo de preguiça de abrir a boca... Sabe aquele povo sem dicção?? Que só abre a boca pra bocejar? Ele falava: "Is it unplugged?". E eu entendia: "Is it on plug?". Ou seja, quando ele dizia pra tirar o troço da tomada eu colocava e vice-versa... hahahahaha... essa também foi engraçada.

Na verdade, tudo isso era pra ser engraçado. Era pra ir pros micos do Tecla Sap de Inglês. Mas não é! Eu entro em pânico quando o telefone toca ou quando meu pai me chama, porque eu sempre sei que é pra ligar pra alguém, resolver alguma coisa... Nem no Brasil eu gosto de fazer isso! Sempre protelava quando tinha que ligar pra BrasilTelecom - mas o telefone era no meu nome, não tinha outro jeito.

Minha aluna-professora (sem saber de nada disso) tava me contando uma experiência boa: Algumas pessoas não sabem falar inglês, porém decoram frases prontas que provavelmente lhes serão úteis. Quando um americano ou falante de inglês escuta a pessoa falando a frase certinha, perfeita, pensa que ela sabe falar e desanda a conversar. Então, ela me falou de uma conhecida que tinha uma estrutura gramatical perfeita, mas o ouvido não era muito treinado. Quando o povo escutava o inglês dela, achava que ela era fluente e falava normalmente. Ela, então, não entendia e ficava sem saber o que fazer...

Bom, talvez eu tente a recomendação da professora: "Could you please speak more slowly? I can't understand you." Fácil, né? Seria se a maioria dos americanos não fossem tão grossos e até xenófobos! Quando percebem que você é estrangeiro - e ainda por cima latino! - não querem nem saber de ajudar. Falam rápido mesmo e você que se vire. Nada que os próprios latinos também não tenham plantado ao virem pra cá com aquele espanhol "inintendível" aos ouvidos dos não-nativos...

Nossa, será que vou ficar aqui escrevendo até amanha? Ooops.. já é amanhã! 12:07h... Essa história de escrever é realmente boa! Não é fácil parar não!

Hoje eu tive um tempo precioso lendo Habacuque. O Senhor me falou pra ler esse livro há dias, mas eu não havia obedecido. Também li mais um pouquinho do livro da Joyce, mas não tive tempo de oração. Eu sei que o Senhor tá bem afim de arrancar esse medo. E o orgulho também... Essa coisa de: "Já fui muito mal-tratada e não quero mais isso" tem que acabar. Esse orgulho terrível precisa ser massacrado! O medo precisa ser dissipado! Aos meus olhos, é impossível pegar um telefone e fazer todas essas ligações. Por mim, só conversaria inglês com os Alonge (Aaron, Elizabeth, Amariah e Daniel) e pronto! Mas não é assim, né? Como é que eu quero vir estudar aqui com esse medo todo???

Há mais de uma década, o Senhor entregou aos meus pais o chamado pros EUA. Desde que eu nasci, Ele deu a promessa de que eu seria uma manifestação do poder dEle entre as nações. Eu sei que Ele quer que eu ame esse país. Mas não apenas as coisas boas. É muito fácil amar o estilo de vida de um país desenvolvido. A qualidade, a organização, o preço, a honestidade. Isso tudo é bom e eu quero ver quem é que não gosta. Quem é que vem pra cá e reclama dessas coisas. Mas eu sei, Senhor, que você quer que eu vá além. Acima disso tudo, há pessoas. Um povo, uma cultura. É isso que você quer que eu ame, que eu conquiste. É pra eles que o teu poder precisa ser manifesto, não pras coisas.

Agora eu entendo a verdade da palavra: "O verdadeiro amor lança fora todo medo!" I João 4.18

Aleluia!

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