quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Em busca do calor perdido... Parte 4


Para aproveitar o 75 graus F (uns 23 celsius) e o nosso último dia na Flórida, resolvemos ir à praia.

Bom, já aprendi que cada um tem seu conceito do que é o que nessa vida. E isso não é só para coisas abstratas. No mundo tangível, já vi que diferenças regionais podem fazer duas pessoas falarem a mesma palavra e significarem coisas totalmente diferentes. Foi mais ou menos isso que aconteceu hoje. 

Eu sou nordestina, maranhense, ludovicense. Nasci e me criei na beira da praia - exceto pelo anos morados em Minas Gerais. Pra mim, ir pra praia é fazer castelo de areia e tomar banho numa água de temperatura quase tão quente quanto a do ar. É não levar nunca um monte de comida - porque isso é coisa de farofeiro. É comer peixe e tomar Jesus sentada numa barraquinha enquanto todos estão martelando pernas de carangueijo ou comendo camarão frito. É sempre ter que escutar músicas bregas ou irritantes porque alguém abriu a mala do carro e ligou um som nas alturas. Digamos que esse conceito foi confrontado - ou expandido! - hoje.

A Cassandra falou que ia nos levar para Sanibel Beach, que segundo informações duvidosas é uma das praias mais lindas do mundo. Num primeiro momento, quase paramos num lugar que não tinha nem 5 metros de areia entre a água e o fim daquilo que era chamado de praia. Deus é bom e andamos mais um pouco até parar num outro lugar que parecia menos com uma beira de rio de Mata Roma (hehehehe). Thank God. 

Depois de estacionarmos, andamos até a beira da praia e quem disse que tínhamos lugar pra sentar? Cada um aqui leva sua toalha, sua cadeira, sua barraca, sua comida... é gente de calça jeans, gente tomando sol de roupa, gente de biquini, gente com banha de fora, gente com corpo bonito, gente com chapéu colorido... e é claro, milhares de crianças loirinhas entupidas de protetor solar... uma beleza!

Eu e a Sarah, como não estávamos muito afim de colocar nossa toalha na areia resolvemos andar e bater fotos ao longo da orla. O resultado tá no orkut. Até que foi divertido...

Depois da caminhada, criei coragem e entrei na água gelada!!! Quando entrei, Isaac falou: "Késia, vc perdeu, o golfinho veio aqui pertinho... ele nadou aqui!". Até agora não acredito que perdi essa... 

Agora à noite, tivemos churrasco e arroz de marisco (ou eu deveria dizer o contrário?). Gente, tinha camarão, mexilhão e POLVO dentro do arroz! Meu Deeeeeeus... 

Aproveitei pra bater um papo com o Billy e o Nelson. O Billy me ensinou a falar "graduating'' de maneira correta e a diferenciar "wicken" de "weekend"... Essa coisa de pronúncia é mesmo difícil. Thanks, Billy!

Ao final, aprendi que o diferente também é bom e que é interessante estar aberto a mudanças de conceito - exceto comer polvo!!! heheheeheh...

A praia não tinha bar, não tinha música, não tinha ondas grandes, não tinha desfile, mas me mostrou o quanto Deus ama a diversidade e também o quanto é saudável não ficar em função do que os outros pensam de você e nem ficar pensando mil coisas a respeito dos outros. Just live your life. That's the american way and we do have a lot to learn about it. 

Amanhã de manhã nos despediremos do Sunshine State. Obrigada, Senhor por essa oportunidade maravilhosa de descansar e nos divertir. E também muito obrigada pela Cassandra e o Nelson que receberam essa penca de gente na casa deles da melhor maneira possível!

Apesar de ter gostado muito, me deu saudades das praias brasileiras.

Ah, e hoje nasceu o neném do Aélio e da Kati!!!!!!! Nem acreditei! Que vontade de estar aí pra vê-lo!!!!!


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Em busca do calor perdido... Parte 3

No sábado, depois que decidimos que o Busch Gardens não seria um lugar a se visitar por causa do preço pra família, o Nelson (marido da Cassandra, que estão nos recebendo em sua casa) sugeriu que fôssemos andar de barco. A princípio, pensei que fosse furar, porque até onde eu sabia, mamãe passava muito mal em barco. Mas, para a minha surpresa ela se animou e nós resolvemos ir no domingo junto com uma família de argentinos (Roberto, Pilar, Mia e Hannah).

Quando acordamos, tava bastante nublado e fazendo um friozinho tipo o de Brasília de manhã. Eu logo pensei que iríamos congelar naquele barco por causa do vento. Coloquei uma calça fresquinha e uma blusa de manga comprida de algodão. Era o tipo de roupa que me ajudaria se fizesse frio, mas não me atrapalharia se fizesse calor. Perguntamos pra Cassandra se ela ia de biquini por baixo e ela disse que não. OK. Continuei com minha roupa. A Sarah colocou um vestidinho que comprou na feira de Ceilândia por 10 reais e levou um casaco de reserva - just in case.

O que eu não sabia, era que ela e Isaac estavam numa oração forte pro Sol abrir. E advinhem só: no meio do caminho veio aquele Solão e eu meio que me arrependi de não ter trazido biquini. Mas uma coisa que papai falou é certa: se você não pode mudar a situação, mude a sua atitude. Bastante pertinente...

Quando o barco começou a andar, o Sol tava bem forte, mas o vento também - Deus é mesmo maravilhoso. Quem queria pegar Sol, pegou bastante, mas quem não fez, como eu, também não sentiu calor. Tava um clima perfeito!!

Depois de uma meia hora, paramos num lugar, molhamos os pés na água e voltamos ao barco. Eu não acreditava que só tinha passado meia hora!!! Ainda tínhamos 3h30min pela frente... Olhei pra cara da Sarah e ela olhou pra mim tipo: "não quero mais não".

Que bom que estávamos enganadas. As horas seguintes foram super divertidas.

Primeiro, paramos pra pescar... E o mar não tava mesmo pra peixe... Todo mundo lá tentando e nada!! Isaac e Sarah aprenderam a lançar a vara, mas nada de peixe... Mas como eu já disse aqui várias vezes, Deus é um Deus de detalhes! E algum tempo depois, Isaac pegou um "catfish"! Que alegria... Ela não se contia!! Tiramos foto e jogamos o peixe de volta no rio.

Eu, então, resolvi pescar também. A Sarah me ensinou o que ela tinha acabado de aprender... Preparei o dedo, fiquei na posição. Mas minha coordenação motora maravilhosa me fez soltar o dedo que prendia o anzol antes de atirar e... pesquei o cabelo de mamãe!!! HAHAHAHA... foi demais... todo mundo morreu de rir... papai então veio me mostrar como fazia e I did it!!! Na próxima tentativa joguei beeeem longe! Obaaaaa...

Andamos mais um pouco e... surpresa!! Eram golfinhos!!!! Genteee, que emoção. Eu, nos meus vinte um anos, nunca tinha visto golfinho na vida!! Papai disse que eu tava na vantagem, pq quando ele viu a primeira vez já tinha mais de quarenta, mas quem tava na vantagem mesmo era a Hannah, um bebê de onze dias. Nós gritamos, filmamos, tentamos tirar foto... Foi um auê. Mas que coisa linda quando eles resolviam fazer uma gracinha e pular - pena que era tão rápido que não conseguimos uma foto.

Estávamos a caminho da beira da "praia", pra fazermos nossa segunda parada e tentarmos mais peixes, quando passamos pela praia de cachorros! Alguém acredita nisso? Dog beach. Depois coloco as fotos no orkut, porque uma coisa dessas só se acredita vendo!

Quando paramos de novo, a Sarah resolveu pegar conchas... Todo mundo tava descalço na areia, menos ela. Aí, a madame resolveu molhar as perninhas e entrou na água de havaianas. Uns 30 segundos depois escutamos: "Késia, Késiaaaaa... me ajuda... tô presa!". Ela tava presa numa lama, que lembrava o fundo do rio de Mata Roma. E foi assim que papai perdeu suas havaianas novinhas... Ô besteira, Sarah!

Ao final, acho que papai e Isaac foram os mais felizes. Eles pularam no rio, nadaram, se divertiram tanto!!! Acho que papai se sentiu como se estivesse na Guabiraba (tipo o interior de Mata Roma.. hehehe) e Isaac no paraíso. Foi um dia que não esqueceremos.

À noite, só pra matar o povo de Massachusetts de inveja, fomos tomar sorvete. E como disse o Billy, um americano que também está hospedado aqui, quase tivemos um "sugar coma". Mas tava uma delícia... hummm!

Obrigada Senhor, por cuidar de cada detalhe e nos proporcionar momentos lindos de apreciação da tua criação.

PS: No meio do caminho, o Nelson acelerou e o vento tava bem frio. Mas eu tava de manga comprida. Depois, quando fomos dormir eu era a única que não estava queimando e ardendo. Ponto pra minha roupa.

PS1: Tive uma crise de riso e quase não deixo a Sarah dormir. Uma hora depois eu superei e dormimos profundamente - uma delícia.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Em busca do calor perdido... Parte 2




24 graus. Fazia só dois meses que eu não pegava uma temperatura dessas, porque quando saí de Brasília o calor tava muuuito forte! Mas papai, mamãe, Sarah e Isaac não sabiam mais o que era isso há muitos meses.

Eram 7:40 am quando deixamos o hotel na Virginia. Eu dormi no carro até umas 10h ou 11h e depois gastei bastante tempo lendo "How customers think", pra minha monografia. Um livro bastante interessante. 

Ontem percorremos Virginia, North Carolina, South Carolina, Georgia e Florida: 16 horas dentro daquele carro... Foi uma comédia.

Na primeira parada, Isaac disse que queria comprar algumas coisa com o dinheiro dele: 4 dólares e alguma coisa. Pegou a carteira, chamou a Sarah e comprou uma barra de Crunch de mais de 200 calorias... Mas ficou feliz em ter gastado US$ 1,40 (meio carinho esse chocolate).

Umas horas depois, almoçamos no Subway e Isaac me chamou de "crazy nerd" umas quinhentas vezes porque eu pedi pão de 9 grãos com queijo e tudo o que é tipo de legumes dentro... Daí, uma hora ele perguntou: "Não tem nada que eu goste aí dentro"? Aí eu disse: "alface, tomate, cebola, azeitona, pimentão... " "Késia, Késia... pode parar!! Sheeesh... what's wrong with her brain?" Vê se eu aguento!

Sem nada pra fazer, eu e Sarah resolvemos brincar com Isaac de "Qual é a música". Cada um falava uma palavra e os outros precisavam descobrir uma música com essa palavra. Nisso, começamos a nos lembrar das nossas canções de infância, pra desgosto de Isaac, que não sabia nada... Nós cantamos todas, uma por uma, em alta voz, lembrando dos tempos de Educator.

"Nós somos quatro, eu com as quatro, eu com elas, eu com aquelas..."
"Nós somos dois, lá na rua 22, a mulher matou o gato com a sola do sapato, a mulher morreu, a culpada não fui eu, foi aquela que se mexeu" 
"O sapo não lava o pé... A sapa na lava a pá... E sepe ne leve e pé..."
"Andoleta, le-pe-ti-pe-ta-co-lá, nescafé com chocolate, faz um bolo de abacate..."
"Ketchup, ketchup. Pisa no chiclete, dá uma rodadinha, asinha de galinha e pum!!"

Isaac falou que essas músicas eram nonsense... mas nonsense são essas que ele canta em inglês... A gente bem que tentou ensinar o sapo não lava o pé pra ele... mas ele não tava afim... e eu disse: Isaac, se tu não souber cantar essa música, tu não vai mais poder entrar no Brasil... pq todo brasileiro sabe isso..." hauhauahauahahauha... não adiantou!
 
Chegamos aqui em Cape Coral ontem bem tarde da noite... Jantamos, tomamos banho e cama...

Ah, o colchão que colocaram pra mim e pra Sarah é de ar.... e a gente em um trauma de colchão de ar de uma outra viagem pra Washington (quando a gente acordou, ele tinha esvaziado pela metade! hahaha). Mas até que o daqui estava bom e dormimos super bem...

Agora vou ali fazer a salada do almoço - CLARO. 

Depois coloco mais fotos.

Obrigada pelos comentários e... Rebeca, ta apoiada! hahaahahah

Beijos

PS: Os amantes da física que me perdoem pelo sentido dúbio do título do post... Essa história de calor perdido é só pra fazer uma gracinha... 



 


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Em busca do calor perdido... Parte 01

Estamos em direção à Flórida. Como a semana que vem é o tal do "winter break" e ninguém tem aula por 5 dias, resolvemos literalmente tirar um "break" do "winter" (triste esse trocadilho, né...) e passar uns dias no sul do país. Na verdade, papai e mamãe foram convidados pra pregar em alguma igreja aí e nós viemos de acompanhantes... hehehehe...

O plano era sair de MA ontem no fim da tarde, mas... só pra variar um pouco, não conseguimos terminar de fazer tudo o que precisávamos a tempo e papai decidiu que valeria mais dormir confortavelmente em casa do que sair à noite: nós sairíamos "às 5h da manhã".

Desde pequena que eu escuto papai dizer que vamos viajar às 5h, ou às 6h (principalmente nas épocas em que íamos de carro de SLZ pra Uberlândia) e isso nunca aconteceu. Mas hoje, não sei se pela influência cultural que andamos pegando, conseguimos sair às 6:40 am. Um milagre.

Isaac tava tão animado que aproveitou as janelas embaçadas da frente da casa pra escrever "Isaac is leaving" e "Isaac bye bye"... hehehe... 

Eu entrei no carro e nem esperei 10 min pra decidir que o melhor que eu tinha a fazer era dormir de novo. Meia hora depois, quando acordei, Sarah tava rindo de Isaac, que já tinha contado 5 McDonald's na estrada. Tadinho...

Massachusetts, Connecticut, New York, Pennsylvania, New Jersey e uma parada pro banheiro. Antes de sair do carro, mamãe perguntou: "quem quer café?". Todo mundo disse que sim. Inclusive eu. E me arrependo até agora.

Eh, eu não aguento café... há anos que não tomo um gole (a não ser um capuccino de vez em nunca), mas é que esses cafés de beira de estrada daqui são geralmente bons. Parece que é café com leite, mas é café com um bando de creme não-sei-de-quê. O que eu sei é que eu gosto de Hazelnut-capuccino ou hazelnut-vanilla coffee. E nenhum dos dois tinha. Daí, tinha um Fat Free French Vanilla (que é bom também) que mamãe misturou pra mim com um pouco de English Toffee e um cremezinho que tinha lá separado que era de Hazelnut, porque ela sabia que eu gostava. O primeiro gole foi maravilhoso... "Hummm, que delícia... fazia tempo que não tomava isso". Mas da metade pro fim eu já não tava achando assim tão maravilhoso... Só sei que 12 ounces  (era o menor tamanho!!) de uma mistura de café com "sugary things" me fez ficar enjoada, com dor de cabeça e uma sensação de cansaço. 

Cafeína + açúcar em excesso -> NUNCA MAIS!

Se não bastasse, Isaac também ficou enjoado (tomou um copo de 14 ounces de hot chocolate) e começou a falar: "Mãe, mãe, eu quero throw up", naquele portu-inglês dele... Graças a Deus nós resistimos até a próxima parada. 

Delaware, Maryland. Paramos na casa de uma amiga, que disse nos estar esperando com uma lasanha. Todo mundo se animou. Chegamos lá mais ou menos às 3:00 pm. Conversa vai, conversa vem... 4:00 pm e nada de lasanha. Alguém soltou um comentário relativo a fome ou comida, sei lá, pra ver se ela percebia. E quanto decepção quando ela disse que faltavam 30 minutos pra ficar pronta. Não sei por quê, ela não tava marcando o tempo no fogão, mas num reloginho que tava em cima da bancada. Como já era hora de buscar suas filhas no ponto do School Bus, ela saiu com mamãe e nos deixou lá por uns 5 ou 10 min. Foi o suficiente. Eu e a Sarah pegamos o reloginho e ela diminuiu o tempo restante... Depois sentamos na mesa como se nada tivesse acontecido... E a gente morrendo de rir por dentro... E olha, que bom, viu? Porque quando ela tirou do forno, as bordas estavam escuras, como se estivessem quase queimando... já pensou, que desastre?

Nesse intervalo, ela já tinha dado umas amêndoas pra gente beliscar e assado uns cheese sticks... Eu nem tava mais com fome. E a lasanha era de que? Bingo! Carne moída. Peguei um saquinho de "baby carrots", aquelas cenourinhas minúsculas, lavadas e descascadas que eu sonho que cheguem um dia ao Brasil, e me satisfiz. E não, não precisa sentir pena ou fazer uma cara de "eu não acredito". As cenouras são bem gostosas... hehehehe...

Depois de umas 3h, saímos de Maryland e chegamos à Virginia. O trânsito tava intenso e papai perdeu uma saída... Na hora pensamos: não tem problema, o GPS recalcula (qdo a gente chegou nos EUA, não tinha GPS... era uma tristeza perder uma saída). E o que aconteceu? Papai entrou, como diz Isaac, "in the middle of nowhere" e o GPS perdeu o sinal.. hahahahaha... Depois de umas rodadas, achamos de novo a tal da 95 South, que é a estrada que estamos pegando, e tudo voltou ao normal.

Terminamos dormindo aqui na Virginia mesmo. É uma cidade chamada Petersburg, eu acho... Estamos num hotelzinho que tinha um quarto para cinco por um preço bem bom, com café-da-manhã e "hi speed wireless" - uma beleza. 

Amanhã, parece que não temos o objetivo de sair às 6h, pq o café só é servido às 6:30h. Mas espero que pelo menos às 8h, já estejamos na estrada.

Depois eu conto mais (ou já contei demais???????)

PS1: Isaac desistiu de contar quantos McDonald's ele via na estrada... Deve ter parado no trigésimo. 
PS2: Eu não quero ouvir falar de café nos próximos trinta anos.
PS3: Esse post teve como trilha sonora especial a sinfonia de roncos entre Abraão e Isaac... uma beleza! 

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

A língua do "P"

Primeiramente, preciso pedir perdão (Caraca!! Olha o tanto de "p" que já usei sem nem terminar uma frase!!!) às pessoas que acompanham o blog por ter passado tanto tempo sem dar notícias! Perdão, gente!

A verdade é que muitas vezes eu fico esperando receber algo especial de Deus pra postar aqui - alguma revelação profunda ou palavra tocante que possa edificar quem lê. No entanto, ninguém tem uma vida só com lindas palavras do Senhor. Passamos lutas, dificuldades, sequidão.
Esses dias estava me perguntando por que (como é a acentuação/separação desse aí?) eu enfrento tantas batalhas dentro de mim, tantas lutas para que a mudança que eu tanto anseio aconteça, tanta teimosia, iniquidade, inconstância e falta de perseverança. Cheguei a perguntar a Deus o motivo de Ele nos criar assim, tão difíceis... Ele então, falou a mim com sua doce voz e é sobre isso que quero compartilhar hoje.

De fato, quando Deus criou Adão, Ele o fez "à sua imagem e semelhança" (Gn 1:26) e eu creio que isso significa perfeição. Entretanto, o pecado nos afastou de Deus e fez com que nascêssemos, então, com a natureza pecaminosa de Adão (Rm 5:12). Por isso Jesus fala sobre nascermos de novo (João 3:3).

O Senhor me disse, então, que essas dificuldades e imperfeições nos levam a um maior nível de dependência. Porque tudo que precisamos está nEle. Ele é o Princípio e o Fim. E o que Ele deseja é que eu me entregue, me derrame em sua presença e busque sua face dia após dia para que a natureza divina predomine em mim.

Mas como fazer isso sem perseverança??? Tenho notado que se tem uma coisa que eu não sou é perseverante. Não tenho muito problema em começar algo e não terminar e geralmente desisto de investir nas pessoas - principalmente se isso exigir paciência. Percebi que uma circunstância pode me fazer perder a esperança, a vontade, a motivação e me levar a deixar de fazer algo que, muitas vezes, eu até gosto bastante.

Livros. Eu sempre começo a lê-los, mas quase nunca termino - e isso não significa que eu não tenha gostado. Simplesmente acontece e eu já nem penso mais no porquê (esse junto e com acento tá certo??? Tô precisando rever a regra do "por que"!!). Mas, há uns dias resolvi ler "O Imensurável Amor de Deus" de Floyd McClung Jr. É um livro profundo, que traz muita cura e que falou bastante comigo até agora.

E as duas coisas que eu quero destacar, depois de ter escrito tanto, são os p's que eu citei no título:

- Pense os pensamentos de Deus; e

- Persevere.

E eu creio fortemente que a perseverança está intrinsecamente ligada aos nossos pensamentos. Se mentiras, enganos, confusões e maus desejos dominam a nossa mente, será praticamente impossível perseverar em algo que Deus quer pra nós. Como seguir uma direção do Espírito se tudo o que ele diz é envolvido em nuvens negras de pecado e mentira antes mesmo de chegar aos nossos ouvidos?

Lembrei-me então, de um dos meus versículos preferidos, que decorei ainda na Escolinha Bíblica Dominical, e está em Flipenses 4:8 - "Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.".

Com uma mente pura e cheia de louvor, os pensamentos de Deus dominarão e sua suave voz claramente ouviremos, dizendo: "Continue, meu filho, não desista. Estou com você! Pra quê ter medo? Eu amo você".

Update das férias: Comecei a estudar para a minha monografia (finally!!) e até que o assunto é interessante, mas bastante complexo. Quem acompanha meu orkut viu que só o que faço aqui é ir pra "chás-de-bebê" de menininhas que estão prestes a nascer e que fui nomeada a fotógrafa oficial dos "baby showers" - vê se pode... Também resolvi por em prática essa história de perseverar e voltei a tocar teclado. Claro que o piano lindo e maravilhoso que tem lá em Haverhill foi um grande incentivo, mas eu já estava ouvindo Deus falando isso há tempos... tá sendo muito bom!! Aí embaixo vai a foto.

Saudades do meu Brasil!!!


Ah, e aí vai mais um "P" de Parabéns pra Camilla pelo aniversário dela no dia 30! Amo-te, amigaaaa!!