segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Espere pelo abacate!

Todos esses dias sem postar me deram espaço para pensar bastante sobre o que eu falaria aqui de novo. Meu último post foi meio um desabafo sobre a saudade que eu sentia de pessoas, situações, épocas e não acho que foi edificante, fugindo à proposta do blog.

Por isso, me permiti algum tempo de reflexão (e de mudança no visual do blog também) no sentido de reforçar a ideia de ter um instrumento virtual que abençoe, edifique o leitor. E foi aí que me veio à memória a história do abacate...

Estes dias, nosso vizinho deixou que pegássemos um monte de abacates no pé abarrotado da casa dele. Eu AMO abacate e fiquei animada... comi amassado, na vitamina, com granola, puro e fiz até sorvete. Tudo tão gostoso, tão bom que eu já não lembrava do gosto amargo que o abacate pode ter...

Há vários meses, mais ou menos um ano, quando eu ainda morava com meus últimos anfitriões, tive uma experiência com um abacate que muito me ensinou sobre a vida.

Os donos da casa foram à feira e trouxeram abacates. Eles estavam todos bem verdes e era preciso esperar dias para que ficassem bons. Sem o truque de enrolar no jornal ou num pano eu apenas esperei até que eles amadurecessem por conta própria. Todos os dias eu ia lá, dava uma apertadinha e decidia esperar mais um dia. Até que finalmente eu cansei... Apertei, apertei, apertei praticamente forçando a pobre fruta a estar madura e tive certeza de que aquela era a hora! Yes! Eu finalmente teria meu tão desejado abacate!

Dentro de mim, bem no fundo, eu sabia que ele ainda estava verde, mas dei total liberdade à minha teimosia, ignorando qualquer voz interior mais sábia. Peguei uma faca e pum! Parti-lo no meio. Quando peguei a colher para remover o caroço e a polpa, fui tão malsucedida*!! A polpa, grudada à casca, resistia a qualquer movimento. Tive que usar a faca para descascar o abacate. Pois é, alguém já ouviu falar que abacate se descasca? Nem eu.

A polpa geralmente cremosa e macia por conta do alto teor de lipídios da fruta estava dura e seca... O gosto era insuportável. Definitivamente, não dava pra comer amassadinho... E dando mais espaço ainda à minha teimosia pensei: "Se o garfo não consegue, o liquidificador consegue!" Bati o tal abacate e confesso que nunca tinha bebido um líquido tão ruim... Era amargo e azedo ao mesmo tempo, daqueles que travam a língua, sabe?

O resultado foi um belo e promissor abacate indo ralo abaixo, junto com meu imenso desejo de comer aquela fruta verdinha. Enquanto lavava o liquidificador, entendi que poderia aprender uma grande lição nisso tudo.

Nós temos muitos desejos no coração. Coisas sobre as quais sonhamos, mas que parecem que nunca vão se tornar realidade. Planos traçados que se enterram sob uma papelada de pendências e problemas... E nada nos resta a não ser esperar, esperar, com muita paciência.

Então, vem a tal ansiedade, a incredulidade e todas as suas parceiras insalubres e nos convencem de que, na verdade, não é preciso esperar tanto assim. Ora, se o que pedimos está tão perto, a palmos do nosso nariz, por que não avançar de uma vez??? Afinal, num mundo tão rápido, quem espera bobo é.

Mas é aí que damos de cara com o gosto amargo de um sonho imaturo, um plano abstrato, um desejo esvaído. Simplesmente porque não soubemos esperar a hora certa, a hora em que apreciaríamos cada parte deliciosa do que tanto esperamos. E talvez, pode ser que tenhamos perdido a chance e a estação dos abacates tenha terminado.

A Palavra de Deus nos dá claras evidências, bem como faz a nossa caminhada cristã, da incontestável fidelidade do nosso Pai. Se Ele fala, Ele cumpre, Ele faz. Jeremias fala assim:

Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança. Jeremias 29.11

Uma outra versão termina com "para dar-vos o fim que desejais". Aleluia! Deus é bom, Deus é fiel, Deus é perfeito. Ele trabalha em favor de seus filhos e sabe o tempo certo para que todas as coisas aconteçam.

Se você está no tempo de plantar e não de colher, de chorar e não de sorrir, de esperar e não de receber, alegre-se! O seu PAI tem um momento especial reservado só pra vc!!!


*Como se escreve? Hífen ou não????

6 comentários:

  1. O tempo muito mais logo que a nossa paciência Keké, isso é fato! Muito bonito o post, tenho certeza que 100% dos leitores irão se identificar com ele!

    Muito amor! Saudades menina!

    Carla Furlan

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  2. Nooooossa!! Muito bom, amiga!! Obrigada mesmo, muito edificante!! E na hora certa.

    Bjoooo

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  3. Tão lindo... Veio na hora exata!

    Saudades de vc! Ainda me deve uma saída! (sim, eu tô cobrando, tô esperando pelo meu abacate!!!)hehehe
    Beijooo :*

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  4. Lindo amiga! Amadurecendo na espera.
    Miss you
    Bjos

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  5. Keke, puxa vida! Só fui ver(depois de meses) teu blog agora, após ter criado um para o Min. Ad, entra lá no nosso e deixa um comentário também. Esse teu texto encaixa-se perfeitamente com o "Quando Deus diz: Não!" que postei lá.
    Um beijo,
    Mirian Fróes.

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  6. Eu já comi um Abacate amargo na minha vida...
    Aprendi na dor a esperar as idéias amadurecerem mais antes d qlqr decisão.
    É mt bom ler vc, Kesinha.
    Saudades imensas d vc...! Qnd vc volta???

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